No Dia do Homem, LIDE Mulher PR lança projeto de conscientização contra a agressão às mulheres e cuidado às vítimas
Além da pandemia do Covid-19, as mulheres também estão enfrentando uma batalha que está invisível aos olhos de muitos, a cada 4 minutos uma mulher é agredida no Brasil. E neste dia 15 de julho, quando se comemora o Dia do Homem, o LIDE Mulher Paraná, dá início a uma campanha de mobilização para a conscientização ao tema, lançando o projeto “Um novo olhar”.
“Muito se fala sobre o Dia da Mulher, e resolvemos dar início a este movimento no Dia do Homem, valorizando os homens que respeitam às mulheres, a sua mulher e a dos outros” destaca a presidente do LIDE Paraná, Heloisa Garrett.
A pandemia agravou as situações de conflito, aumentando a pressão social, psicológica, medo e insegurança, muitos homens estão cumprindo seu papel de masculinidade tóxica e, potencializado por questões econômicas, estão aumentando os casos de violência. “A convivência nos lares está se tornando mais intensa e as pessoas estão vivendo um turbilhão de emoções, e muitas vezes o lugar de aconchego e cuidado que é o lar, acaba se tornando uma prisão com seu próprio agressor”. destaca a médica cirurgiã especialista em dermatologia Carla Góes, que idealizou o projeto Um novo Olhar, que tem como objetivo resgatar mulheres que foram vítimas de agressões. Além da reconstrução facial, necessária em muitos casos de agressões graves, o projeto visa romper ciclo da violência.
A presidente do LIDE Paraná, conta que o objetivo de trazer o projeto “Um novo olhar” para o estado é para ampliar a conscientização sobre a rede de proteção e cuidado às mulheres. “Além da rede de apoio legal, o cuidado que a Dra Carla possibilita no resgate à autoestima dessas mulheres, o retorno delas no mercado de trabalho e ao convívio social e essencial para que elas retomem suas atividades e possam recomeçar”. Dentro do LIDE Mulher, as filiadas da entidade serão convidadas a se envolver em uma série de iniciativas visando o fortalecimento da rede de proteção, cuidado, amparo e reinserção das vítimas no mercado de trabalho.
Além de aumentar a tensão no ambiente familiar, a quarentena também tem dificultado o pedido de ajuda das vítimas que muitas vezes são vigiadas pelo agressor. Por isso a importância de ampliar a discussão e os pontos de contato da vítima com os canais que ela possa pedir ajuda, independente da sua classe social.
Violência no Paraná
De acordo com dados publicados pelo 13º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicado em 2019, com números de 2018 – um caso de violência contra mulher ocorre a cada 24 minutos no Paraná. Fato que certamente se intensificou durante a quarentena, mas sem dados oficiais e com a subnotificação, a rede que atua no enfrentamento à violência contra a mulher atua no escuro. Um levantamento feito pelo Portal Catarinas mostrou que a cada 1 hora, 15 mulheres denunciaram terem sofrido algum tipo de violência no Paraná no período de isolamento social.
Rede Nacional de Proteção
O projeto Um novo Olhar de Carla Góes também faz parte da Rede as Justiceiras, idealizada pela promotora Gabriela Mansur que já conta com 3.000 profissionais voluntárias entre advogadas, assistentes sociais e psicólogas que atendem durante a quarentena mulheres vítimas de violência em todo o Brasil, oferecendo apoio e orientação gratuíto e online por meio do whatsapp (11) 99639-1212.
“Atendi a vítima de número 1.000 do Justiceiras e isso me fez pensar em levar o Um novo Olhar para outros estados, e nossa primeira primeira prisão em flagrante aconteceu no Paraná. Acredito que a força de mobilização do LIDE no estado será muito importante para conscientizarmos a comunidade empresarial e as lideranças desse assunto latente e que merece tanta atenção”, destaca Dra. Carla que é a líder médica nacional da Rede Justiceiras.
Na última semana a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que estabelece medidas de combate à violência doméstica durante o estado de emergência de saúde pública provocado pela pandemia. O texto visa assegurar a continuidade do atendimento das mulheres vítimas de violência domésticas em meio à pandemia.
Foto: Rubens Nemitz Jr