Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP foi umas das sedes da maior maratona de desenvolvimento de jogos do mundo
Qual desses três objetivos faria você apertar play e começar a jogar? Evitar um acidente em uma usina nuclear? Salvar os mais preciosos tesouros da história da humanidade? Ou consertar uma máquina de fazer cookies? Essas foram as missões propostas por três jogos criados em apenas 48 horas no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação de São Carlos (ICMC) da USP.
O local foi uma das 934 sedes da maior maratona de desenvolvimento de jogos do mundo, a Global Game Jam.
A estudante de Ciências da Computação do ICMC, Luana Terra do Couto, participou pela primeira vez da iniciativa. Ela duvidava de que era viável criar um jogo em tão pouco tempo, mas aprendeu, trabalhando em equipe, que é possível consertar qualquer coisa. Aliás, esse era o tema do evento. “O nosso personagem principal é um cientista que trabalha em uma usina nuclear e o objetivo dele é consertar equipamentos quebrados para evitar um desastre”, conta a estudante.
No time de Luana estava seu colega de turma, Paolo Scassa, além de dois profissionais da área de tecnologia: Carlos dos Santos e Rafael Cazarin. A equipe usou algumas ideias inusitadas fornecidas pela coordenação do evento, chamados de diversificadores, para tornar o game ChernoGuy mais criativo: o cientista tem apenas 20 segundos para consertar os equipamentos e qualquer pessoa, independentemente da língua, conseguirá jogar, pois há apenas imagens.
O tempo curto também é um desafio para quem se aventurar em outro game criado no ICMC durante a maratona: o Need for Cookies. Desenvolvido pela equipe do professor Kleber Andrade, cada drone do game tem energia para voar apenas 20 segundos. “Fomos adotando a mentalidade de algo divertido, curto e que ficasse bonito no final”, diz o professor, que já é um veterano da Global Game Jam. Esta foi a oitava vez que ele participou da maratona e trouxe cinco alunos de Americana para São Carlos.
Já a ideia que mobilizou os estudantes Gabriel Toschi e David Rodrigues, que fazem Ciências de Computação no ICMC, foi uma disputa entre duas equipes de viajantes no tempo. “O Time Heist é um jogo em que cada grupo tem um líder, que dá dicas para que a equipe responda o desafio proposto”, explica Toschi.
Como os dois estudantes já tinham experiência em desenvolver páginas na web, optaram por essa plataforma: “Pensamos em um jogo de cartas mas, para fazer isso, precisaríamos produzir 100 cartas, o que seria muito difícil. Então, pensamos em fazer como uma página de internet para facilitar o acesso das pessoas”.
Os maratonistas reunidos na USP São Carlos compartilharam pedaços de pizza e revezaram o tempo de descanso nos colchonetes instalados na sala ao lado de onde trabalhavam. No início da noite de domingo, 2 de fevereiro, antes de se despedirem, eles se divertiram experimentando os jogos que criaram.
Clique e ouça a reportagem veiculada pela Rádio USP São Paulo e pela Rádio USP Ribeirão Preto: http://icmc.usp.br/e/c57f7.
Clique e jogue
ChernoGuy – evite um acidente em uma usina nuclear:
https://globalgamejam.org/2020/games/chernoguy-5
Need for Cookies – conserte uma máquina de fazer cookies:
https://globalgamejam.org/2020/games/need-cookies-8
Time Heist – salve os mais preciosos tesouros da história da humanidade:
https://globalgamejam.org/2020/games/time-heist-9
Legendas e créditos das imagens
Imagem 1: Grupo de desenvolvimento de jogos do ICMC, Fellowship of the Game, participa da Global Game Jam desde a primeira edição, em 2009 (crédito da imagem: Denise Casatti)
Imagem 2: O estudante Paolo Scassa, que faz ciências de computação no ICMC, desenvolvendo o jogo ChernoGuy (crédito da imagem: Denise Casatti)
Imagem 3: Equipe de alunos de Kleber testando o jogo que criaram, Need for Cookies (crédito da imagem: Denise Casatti)
Imagem 4: Gabriel e David criando o Time Heist (crédito da imagem: Reinaldo Mizutani)
Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP