Os atletas bissextos, ou mais conhecidos como “atletas de fim de semana”, são os tipos mais comuns de praticantes de atividades físicas na população, já que não praticam com a frequência adequada, ou somente no sábado e/ ou domingo

São aqueles que na segunda-feira vem ao consultório com dores musculares, ou então muito provavelmente sentindo dificuldade em andar e agachar, além de sentir a perna pesada, dura ou até mesmo “cansada”. Isso sem falar nas lesões!

Nestes casos, as lesões esportivas acabam sendo diferentes quando comparadas aos dos atletas de alto nível ou até mesmo os amadores que praticam regularmente, os quais têm uma planilha de treinamento e fazem um trabalho de fortalecimento e preparo físico adequados.

Quando questionados no consultório sobre o esporte que praticam comumente a resposta é: “Eu ando no fim de semana no parque, passeio com o cachorro na rua, limpo a casa toda, ando muito para chegar no trabalho, ou jogo uma pelada com os amigos toda semana!”. São algumas das frases comuns que ouço como resposta.

Estamos falando sobre isso porque a falta de treinamento adequado expõe esses “atletas” à lesões ainda mais complicadas do que as que já conhecemos. Essa coluna pretende falar com todos os tipos de atletas, inclusive os de fim de semana, para alertar a todos e, quem sabe, prevenir o acontecimento de lesões que prejudicam a saúde e performance.

Hoje em dia, o atleta profissional sofre com a carga de treinamentos e o atleta de fim de semana sofre com a falta de condicionamento físico, que é um fator de sobrecarga diária que compromete o rendimento e potencializa a lesão. Essas lesões podem ser divididas quanto ao tempo, em “agudas” e “crônicas”, e quanto ao mecanismo, em “traumáticas” e “atraumáticas”.

Lesão aguda tem duração curta e surge rapidamente. Lesão crônica é de longa duração e ocorre de forma persiste e lenta.

As lesões agudas são lesões geralmente traumáticas súbitas e intensas que ocorrem imediatamente, ou dentro de algumas horas e provocam dor súbita. A maioria das dores agudas resultam de impacto ou trauma como queda, entorse ou colisão, sendo bastante óbvia a causa da lesão provocando inflamação: dor, vermelhidão, calor, inchaço (edema).

Lesões crônicas, por outro lado, podem ser sutis e de desenvolvimento lento. Por vezes surgem e desaparecem, e podem provocar uma dor pouco menos intensa. Normalmente são resultado de excesso de uso, mas também podem desenvolver-se quando uma lesão aguda não é tratada de forma apropriada. Ou mantém-se a prática inadequada do esporte.

As lesões traumáticas são provenientes de um trauma causado por contato direto ou indireto. Representam a maioria dos acidentes em esportes como futebol, basquete, vôlei, tênis, corrida, etc., por causa da natureza dinâmica, da colisão, dos desníveis do percurso e de alta velocidade desses esportes. Estas lesões variam de contusões, passando pelos estiramentos e as rupturas musculares, fraturas, entorses luxações e até concussões.

As lesões atraumáticas são aquelas causadas principalmente por sobrecarga nos tecidos como as tendinitis, canelites, fasceites e as famosas bursites

Ana Paula Simões é Professora Instrutora da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e Mestre em Medicina, Ortopedia e Traumatologia e Especialista em Medicina e Cirurgia do Pé e Tornozelo pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. É Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia; da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé, da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte; e da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte. www.anapaulasimoes.com.br

Somos um veiculo de comunicação. As informações aqui postadas são de responsabilidade total de quem nos enviou.