Estudo aponta menor progressão da miopia durante três anos entre crianças que usaram a lente. Entenda

A FDA (Food and Drugs Administration) agência Americana similar à ANVISA acaba de aprovar a primeira lente de contato produzida para controlar a progressão da miopia na infância. gelatinosa de descarte diário para controlar a progressão da miopia em crianças.

A aprovação se baseou em um estudo clínico randomizado com 136 crianças de 8 a 12 anos que tiveram acompanhamento médico durante três anos. Neste período, os participantes que usaram a lente tiveram menor progressão da miopia e do comprimento axial do olho

A miopia, dificuldade de enxergar à distância, é hoje o vício de refração que mais cresce no mundo. A previsão da OMS (Organização Mundial da Saúde) é de que em 2020 o Brasil tenha 27,7% da população míope, índice que salta para 50,7% em 2050. Significa que neste período o crescimento da miopia no País seja quatro vezes maior do que nos EUA.

De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier, primeiro especialista a fazer a correlação entre miopia infantil e telas digitais, o controle do grau é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Isso porque, o comprimento axial do olho que geralmente cresce até a idade de 3 ou 4 anos continua aumentando nos míopes depois desta idade e faz as imagens se formarem na frente da retina. “Em quem tem acima de seis graus o alongamento fragiliza a parte posterior do globo ocular, aumentando o risco de perda da visão por descolamento da retina, catarata, glaucoma e degeneração macular”, salienta

O descritivo da nova lente aprovada pelo FDA revela que possui dois arcos concêntricos na periferia. Para Queiroz Neto estes arcos fazem com que as imagens se formem na frente da retina. “Isso provoca uma miopia periférica que não altera o foco central, mas determina a interrupção do crescimento do olho e estabiliza o grau da miopia”, explica.

Diferencial do tratamento

O oftalmologista afirma que um diferencial importante da nova terapia é a ausência de efeitos colaterais e desconforto como acontece com outros tratamentos que têm a mesma finalidade. Este é o caso do colírio de atropina que provoca um leve embaçamento da visão por dilatar a pupila, explica. Outra terapia, ressalta, é a lente ortoceratológica de uso noturno que nem sempre é bem tolerada por crianças por fazer uma pressão sobre o olho para achatar a córnea.

“O maior risco do uso de lentes de contato é a contaminação por manutenção incorreta, mas esta lente é de descarte diário o que minimiza este perigo”, salienta. A dica do médico para pais que têm filhos míopes é incentivar as atividades ao ar livre e ensinar as crianças descansarem os olhos no celular ou outra tecnologia, desviando o foco para imagens distantes.

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