Aos 88 anos, Efigênia Rolim, que já recebeu a medalha do mérito cultural do Ministério da Cultura pelo conjunto de sua obra em papel de bala e sucata, também pode ser considerada uma autêntica representante dos guardiões da tradição oral. Por ser uma artista naif autêntica e original, e por considerar que suas histórias para crianças podem vir a se perder com o passar do tempo, a jornalista Adélia Maria Lopes teve seu projeto de edição de livro aprovado pela Fundação Cultural de Curitiba e obteve apoio da Caixa Econômica Federal.

Suas histórias, que falam de assuntos de hoje – pobreza, velhice, morte, amor, amizade e proteção da natureza – estão no livro Contos de fada Efigênia. O lançamento, com presença da artista mineira radicada em Curitiba desde 1971 e que há um ano foi morar em Itapoá-SC, na Biblioteca Pública do Paraná, neste sábado, 5 de outubro, das 10h30 às 12h30. No hall estarão expostas também obras recentes de Efigênia, feitas agora em seu ateliê catarinense, e as encantadoras ilustrações bidimensionais criadas por Kátia Horn para o livro.

São esperadas as presenças dos artistas performáticos Hélio Leites, Aldemir Plá e Carlos Daitschman. À mesa, jujubas para os leitores.

Efigênia, popular como a Rainha do Papel de Bala, faz contação de histórias em salas de aula, feiras, festivais e nos mais diversos encontros culturais pelo país, desde 1993. Neste livro, estão 21 historietas, nascidas da sua imaginação, misturadas com poesia, música, lendas e relatos baseados em fatos reais.

De dezenas de histórias, muitas que iam sendo criadas em seus sonhos e contadas no outro dia, Adélia selecionou 21, que ganharam criativas ilustrações da artista Katia Horn e caprichado projeto gráfico de Adriana Alegria. O livro conta também com uma foto clássica de Efigênia, feita em estúdio por Vilma Slomp.

“Kátia teve a genialidade de utilizar papéis de bala, galhos, jornais velhos, enfim, o universo da artesã. E Adriana foi exigente na fidelidade gráfica. Há ainda um encarte precioso. Elas fizeram de Contos de fada Efigênia um livro de arte que Efigênia só foi ver pronto em 21 de setembro, quando fez aniversário”, observa a jornalista.

O encarte dá o caráter mais lúdico ao livro: são nove postais, que convidam as crianças a recortar, desenhar e deixar a imaginação à solta, além do livrinho de poesia Pássaros se beijando, todos da contadora de história.

A jornalista lembra que a fada Efigênia estava com 85 anos, quando deu início às gravações de suas histórias. Mas, com sérios problemas pulmonares, debilitada, houve necessidade de recorrer aos rascunhos registrados em cadernos.

Serviço: Lançamento na Biblioteca Pública do Paraná (Rua Cândido Lopes, centro de Curitiba), das 10h às 12h30 do dia 5 de outubro, primeiro sábado do mês das crianças. Além da sessão de autógrafos de Efigênia Rolim, estarão expostas suas obras recentes e as ilustrações de Katia Horn. Projeto: Cultural Office. Lei Municipal de Cultura. Apoio de edição: Caixa Econômica.

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