Especialista pontua que a empresa não conseguiu lidar com desafios propostos pelo século XXI

Prestes a pedir falência de forma oficial, a varejista norte-americana Forever 21 ainda negocia suas dívidas e possíveis participações da empresa. A expectativa era que o pedido fosse no último final de semana, mas os gestores da marca pretendem fazer, inclusive, um plano de reestruturação.

De acordo com analistas do mercado e a imprensa norte-americana, um dos objetos da discussão é uma futura participação que o co-fundador da varejista, o sul-coreano Do Won Chang, poderia manter da empresa. Outro plano sendo debatido, de acordo com a Bloomberg, é um empréstimo de 75 milhões de dólares. A demora na resolução da questão também possui uma resposta de mercado. A provável falência da Forever 21 impactaria redes de shoppings e outros tipos de comércios, já que ela possui mais de 700 lojas físicas espalhadas pelo mundo.

Luciano Figueira, especialista em gestão e estratégia empresarial da Assertia, pontua que a varejista sofreu com alguns equívocos de decisões em seus mais de 30 anos de atuação. Ele afirma que a empresa teve problemas com os desafios empresariais do século XXI e cita, por exemplo, a dificuldade de posicionamento da marca.

“A Forever 21 viu seu público migrar da geração X, para a geração Y e agora a geração Z, e acabou se perdendo na comunicação com os jovens, cujo comportamento de compras mudou rapidamente. Hoje os adolescentes e jovens até 23 anos, os Centennials, valorizam a consciência coletiva, e ações criativas, o que para qualquer varejista com uma grande rede de lojas físicas representa um problema”, argumenta.

Além disso, Figueira lembra que a Foverer 21 sofreu com uma falta de diversidade de opiniões. O especialista lembra que negócios pequenos, médios e grandes sofrem com o problema e que, por isso, é necessário criar mecanismos de incentivo à pluralidade de ideias e visões.

“Se em nossos círculos nos cercamos de pessoas que somente pensam como nós, nos tornamos mais rígidos e menos propensos a mudar nossas crenças com base em novas informações. Não se trata de uma história incomum, tanto no setor de varejo ou em outros. E é improvável, infelizmente, que esse seja o último negócio a enfrentar um destino semelhante nos próximos anos”, pontua.

Sobre Luciano Figueira

Economista formado pela FAAP, pós-graduado em Administração pela Fundação Getúlio Vargas e especialista em Finanças pelo Insper. Atuou como CFO e Gerente Geral de grandes empresas nacionais e estrangeiras. Especializado em profissionalização de negócios familiares e gestão de mudança de ambientes em crise. Sócio da Assertia Consultores. É Business Developer da InDelta, uma rede de colaboração entre empresários de alto nível, investidores e agentes financeiros.

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