Descarte consciente e geração de renda para refugiados e pessoas em vulnerabilidade social
O projeto “Eu já fui uma persiana” será lançado em Curitiba, no próximo dia 6 de agosto. A ideia é inovadora e une a necessidade de descarte consciente e a geração de renda para pessoas em vulnerabilidade social. A união foi perfeita: a empresária Claudia Semprebon de Figueiredo, gerente comercial da Sunshine, queria dar uma destinação digna e adequada aos retalhos de tecidos que são gerados no processo produtivo das persianas. Já Andrea Koppe, presidente da Unilehu – Universidade Livre para a Eficiência Humana, promove oficinas de geração de renda para públicos em vulnerabilidade social. Dessa forma, resíduos limpos de persianas agora são transformados em variados objetos com design exclusivo.
“A ideia inicial era confecção de Ecobags para destinar parte da renda para projetos que atuassem na remoção de lixo dos oceanos”, explica Claudia. Mas o projeto foi além, com a criação da Linha ClaritáEco. Desenvolvida pelo designer Rafael Fagundes, uma completa linha upcycling ganha o Brasil. Vale dizer que upcycling não é reciclagem, mas sim, o reuso de material que não teria mais utilidade ou valor comercial, transformando-se em peças lindíssimas. “O nome foi escolhido com base no conceito do resíduo, já que as persianas servem para controlar a luminosidade dos ambientes. Depois de uma pesquisa etimológica, foi escolhida a palavra Claritá que, em latim, remete ao brilho. Foi incluída o sufixo eco no final para chamar a atenção para esse reaproveitamento de materiais como matéria-prima, ficando mais claro para o consumidor que os produtos da linha são sustentáveis do ponto de vista ecológico”, conta Claudia.
A linha completa possui sete tipos de ecobags, quatro tipos de nécessaires, lancheiras e marmiteiros térmicos, kit ecobag hortifrúti, bolsa fitness, organizadores, embalagem para vinho e estojo. “O grande destaque da Linha ClaritáEco são as ecobags e pacotes de hortifrúti retornáveis – pois eles evitam o uso de sacolas e sacos plásticos, reduzindo fortemente a geração de lixo”, conta Claudia. Os produtos inicialmente estarão à venda na loja virtual da Supera e no showroom da fábrica e, em breve, em mais canais. No dia do evento de lançamento da linha, 100% do lucro dos produtos vendidos serão revertidos para ações da Unilehu.
O valor de cada peça é muito maior que o custo que ele possui, afinal, são confeccionadas, em sua grande maioria, por pessoas em vulnerabilidade social – refugiados do Haiti e Venezuela. Há jovens em formação profissional, terceira idade e mulheres da comunidade que também participam deste grupo.
Quem quiser ser um revendedor poderá se tornar um SUPERAMIGO, um selo que reconhece lojistas que apoiam o programa ao contribuir para as vendas de sua produção, dando sustentabilidade financeira para a iniciativa social. Interessados devem entrar em contato com Andressa Koppe – gestao@programasupera.org.br ou pelo telefone (41) 3040-3130. Para quem ainda quiser ajudar, é possível doar resíduos de persianas e cortinas para destinar ao programa na utilização da produção da linha. A ressalva fica para a destinação de sobras de fabricação sem uso, pois os produtos foram desenvolvidos para o uso de materiais novos e não do reaproveitamento de persianas usadas.
Exemplos de impacto direto da causa – o senhor Octavius Ottilus é o haitiano mais antigo do grupo, que está no Supera desde 2017, sendo um dos primeiros alunos. Ele aprimorou suas habilidades de costura como produtor e hoje tem na costura a sua principal remuneração. O dinheiro ganho está sendo enviado para o seu país para conseguir trazer a sua família – esposa e filho. Outro exemplo é Emanuelly Nascimento, jovem que veio para o grupo para auxiliar na produção nas funções mais básicas, como corte, revisão e limpeza sem nenhum conhecimento profissional. Foi aprendendo a costurar no cotidiano da produção e está se tornando uma das revelações do programa.
“Nosso maior orgulho, além da ideia de criar o consumo coletivo e consciente com o que chamam de Slow Fashion e upcycling que é a moda de reuso, é a parceria da Unilehu e do Projeto Supera, neste trabalho de inclusão social. Com isso, uma causa simples tomou outro rumo. Afinal, a quantidade de vidas que serão impactadas direta e indiretamente pelos projetos que apoiam a ação, fez tudo fazer sentido”, avaliam as idealizadoras.
Sobre a Unilehu – Universidade Livre para a Eficiência Humana – é uma instituição social que tem por missão social a inclusão no mundo do trabalho. Uma de suas iniciativas de inclusão é o Supera, um negócio social inovador que une a geração de renda com a confecção de produtos exclusivos. Em oficinas de produção de costura, estamparia e artesanato, pessoas em vulnerabilidade social são qualificadas para fazer os produtos do portfólio Supera, que conta com diversas opções de brindes, presentes e vestuário. Quando os alunos atingem um nível técnico adequado, eles podem se tornar produtores certificados, com possibilidade de remuneração por produção.
Para ajudar ainda mais o processo, o Supera fornece infraestrutura, com equipamentos e matéria-prima para a confecção dos produtos, como também se responsabiliza pela comercialização do estoque produzido. O Supera amplia o seu impacto social ao dar prioridade no desenvolvimento de produtos sustentáveis feitos de diversos tipos resíduos, contribuindo para a preservação do meio ambiente. Esta vocação em produtos verdes e com o viés upcycling e reciclagem inspirou a criação da Linha ClaritáEco, com produtos feitos a partir de resíduos da fabricação de cortinas e persianas.
Sobre Rafael Fagundes – designer com formação e experiência no desenvolvimento de produtos, trabalha no Programa Supera desde o início das atividades em 2016.
Serviço:
Lançamento da Linha ClaritáEco
Data: 06 de agosto
Horário: 16h
Endereço: Unilehu – R. Prof. Doracy Cezzarino, 328
Custo: 100% do lucro dos produtos vendidos no dia do evento serão revertidos para ações da Unilehu.
e-commerce: http://programasupera.org.br