Para o novo apartamento, no mesmo prédio em São Paulo do lar anterior, o empresário Housein Jarouche e a modelo Fabiana Mayer trouxeram apenas os itens com significado afetivo: obras de pop art, LPs, mobiliários anos 60 e tesouros garimpados em viagens

Nem as tendências ditadas pela semana de design de Milão, tampouco as orientações dos renomados amigos arquitetos, como Marcio Kogan ou os integrantes do escritório Triptyque: na hora de definir a decoração de seu novo apartamento, o empresário paulista Houssein Jarouche recorreu à intuição e à afetividade. Ao explicar essa fórmula, o dono da Micasa, uma das mais conceituadas lojas de móveis de São Paulo, relembra o lar dos avós no Líbano, onde morou dos 13 aos 18 anos, antes de voltar Brasil. “Era a casa mais incrível do Vale do Bekaa. Simples, com materiais originais, tapetes sobrepostos e uma estética que evidenciava a identidade do lugar e de seus moradores. Quis trazer esse espírito para cá.” O atual imóvel de 310 m², montado em parceria com a mulher, a modelo Fabiana Mayer, fica no mesmo edifício, no bairro paulistano dos Jardins, onde Houssein possui outra unidade há 12 anos. O casal comprou-o reformado, com salas e cozinha já integradas. “Preservamos os pisos e as configurações dos espaços, só trocamos a iluminação e fizemos alguns reparos nas paredes”, conta ele. A mobília escolhida de forma aleatória veio dos galpões que o empresário mantém no Sacomã, da loja Micasa (na rua Estados Unidos), e do apartamento localizado no 5º andar.

  

“Apostamos nas combinações inesperadas: por que não ter uma luminária hospitalar ao lado de uma poltrona de design brasileiro dos anos 1960?”, questiona. Achados de mercados de pulgas, brechós e até de caçambas entraram nessa audaciosa mistura, que segue um viés industrial. “Tenho o francês Jean Prouvé como referência e inspiração dos móveis que desenvolvo pelo meu estúdio, o 20.87.” Fã fervoroso de pop art, Houssein elege ainda o norte-americano Andy Warhol como outro ídolo. “A primeira vez que entrei no MoMA, em Nova York, e vi a Sopa do Warhol me emocionei. Essa é uma vertente da arte que muito me agrada. Sem perceber, acabei virando um colecionador.” No ano passado, o empresário inaugurou uma galeria com seu nome, destinada a esse segmento. Não é raro ele levar obras da galeria para o apartamento e vice-versa. “Estou sempre mudando algo de lugar ou substituindo as peças. Nada aqui é definitivo”, garante. Mais caseira do que baladeira, a dupla se esmerou em transformar a nova morada em um espaço despretensioso e aconchegante para receber visitas com frequência. “Eu curto cozinhar para meus convidados.

              

Pratos árabes são a minha especialidade e os elogios chegam até das minhas irmãs, pouco habituadas a ver homens na cozinha”, revela. Houssein, aliás, faz questão de combinar comida com boa música – a coleção de LPs vai do techno aos 80’s. “Toco como DJ e os amigos costumam me chamar para animar as festas deles, mas nem sempre tenho tempo.” Vira e mexe, essa mesma turma pede palpites de decoração. “Minha orientação é sempre igual: para a sua casa, leve a sua história, a sua essência, não há como dar errado”, sentencia.

credito fotos: FILIPPO BAMBERGHI

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