James Van Der Beek, de 47 anos, diz que tem lidado de forma otimista com seu diagnóstico; Neoplasia é a terceira mais incidente no Brasil, com 45.630 diagnósticos previstos para 2024

Neste domingo, 3 de novembro, James Van Der Beek, protagonista da série “Dawson’s Creek”, contou em entrevista publicada na revista People que foi diagnosticado com câncer colorretal.

O ator, de 47 anos, diz que se sente otimista em relação ao seu tratamento. “Tenho lidado com esse diagnóstico de forma privada e tomado medidas para resolver, com o apoio da minha família incrível”.

Diagnósticos de câncer colorretal em pessoas abaixo dos 60 anos estão cada vez mais comuns em um cenário que, segundo especialistas, é preocupante. É o que aponta o estudo publicado neste início de ano na “CA: A Cancer Journal of Clinicians”. A pesquisa, realizada pela American Cancer Society (ACS), analisou a incidência da doença, assim como a mortalidade, em todas as faixas etárias de 1995 até 2020 na população dos Estados Unidos. A pesquisa mostrou que a taxa de mortalidade geral vêm caindo, mas que os diagnósticos em pessoas jovens sobem há décadas.

Os dados apontam que 13% dos pacientes diagnosticados com câncer colorretal têm menos de 50 anos, um percentual que cresceu 9% em comparação a períodos anteriores. Na pesquisa americana, para os jovens adultos, esse tipo de tumor tornou-se ainda a principal causa de morte nos homens e a segunda principal causa nas mulheres, atrás apenas do câncer de mama. No final da década de 1990, ocupava o quarto lugar entre homens e mulheres com menos de 50 anos. O aumento contínuo da incidência é “muito preocupante”, afirma Renata D’Alpino, co-líder nacional da especialidade de tumores gastrointestinais e neuroendócrinos da Oncoclínicas.

“Embora a gente saiba que o câncer é um doença de causa muitas vezes multifatorial, precisamos olhar o que mudou nessas últimas décadas em termos de fatores ambientais. E a epidemia de obesidade é provavelmente um fator que contribui para o aumento das taxas. Mas não é tudo e muitas pesquisas, estudos e trabalhos estão sendo feitos para tentar descobrir o que exatamente está causando um risco aumentado de câncer colorretal. Ainda não temos todas as respostas”, explica a oncologista.

Para a médica, os novos dados reforçam a importância da conscientização sobre a manutenção do acompanhamento médico contínuo para o diagnóstico do câncer colorretal em estágios iniciais. “É preciso estimular o conhecimento da população em geral sobre como é feita a detecção precoce de tumores e disponibilizar os serviços necessários, que incluem a disponibilidade de médicos, exames e tecnologias. Quanto mais cedo descoberta a doença, melhor o prognóstico, com resultados positivos às terapias e maiores chances de cura”, frisa Renata D’Alpino.

Atualmente, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer colorretal é o terceiro mais incidente no Brasil. Para 2024 são previstos 45.630 novos casos da doença no país.

Atenção aos diagnóstico precoce 

Para a oncologista da Oncoclínicas, um ponto de grande relevância no combate ao câncer colorretal é o estabelecimento de uma recomendação mais clara para triagem de casos assintomáticos, quando não há sinais de sintomas clássicos que podem levantar suspeitas – caso de sangramentos corriqueiros visíveis nas fezes – entre a porção da população com menos de 50 anos.

Entre as ações possíveis, a especialista destaca uma iniciativa liderada pela US Preventive Services Task Force que considera que testes menos invasivos poderiam ser iniciados precocemente e repetidos com intervalos menores em comparação à colonoscopia. Além disso, prevê mudar a idade de rastreamento para os 45 anos, devendo ser repetido a cada 5 anos em caso de resultados normais, como já vem sendo sugerido desde 2019 pela ACS.

“Nos EUA o debate sobre uma possível mudança de protocolo, passando a adotar a idade de 45 anos como recomendada para o início do rastreio periódico, está sendo baseada na avaliação de centenas de levantamentos e ensaios clínicos que levam em conta o perfil de pessoas assintomáticas na faixa etária acima dos 40 anos. Uma forma possível de ampliar as chances de prevenção seria a indicação de pesquisa das fezes, por meio de testes imunoquímicos e testes de sangue oculto nas fezes em pessoas mais jovens e que não apresentam mudanças de saúde perceptíveis. De acordo com os resultados, havendo achados suspeitos, a colonoscopia seria então realizada”, ressalta a Renata D’Alpino.

Entenda a doença

O tumor colorretal se desenvolve no intestino grosso: no cólon ou em sua porção final, o reto. O principal tipo de tumor colorretal é o adenocarcinoma e, em 90% dos casos, ele se origina a partir de pólipos na região que, se não identificados e tratados, podem sofrer alterações ao longo dos anos, podendo se tornar o câncer. A principal forma de diagnóstico e prevenção é através do rastreamento do exame de colonoscopia, em que um aparelho chamado colonoscópio, que conta com uma câmera na ponta, é introduzido no intestino e faz imagens que revelam se há presença de possíveis alterações. No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda iniciar o rastreio do câncer de cólon e reto da população adulta de risco baixo na faixa etária de 50 anos.

“Grande parte dos tumores de intestino aparecem a partir dos chamados pólipos, que são lesões benignas que crescem na parede interna do órgão, mas que se não identificadas preventivamente podem evoluir e se tornarem malignas com o passar do tempo. Após os 50 anos de idade, a chance de apresentar pólipos aumenta, ficando entre 18% e 36%, o que consequentemente representa um aumento no risco de tumores malignos decorrentes da condição a partir dessa fase da vida e, por isso, ela foi estabelecida como critério para início do rastreio ativo”, explica a oncologista.

Ela lembra que pessoas com histórico pessoal de pólipos ou de doença inflamatória intestinal, como retocolite ulcerativa e doença de Crohn, bem como registros familiares de câncer colorretal em um ou mais parentes de primeiro grau, principalmente se diagnosticado antes de 45 anos, devem ter atenção redobrada e realizar controles periódicos antes da idade base indicada para a população em geral.

De olho na prevenção

A médica afirma que muitas vezes o tumor só é descoberto tardiamente, diante de sintomas mais severos, como anemia; constipação ou diarréia sem causas aparentes; fraqueza; gases e cólicas abdominais; e emagrecimento. Apesar do sangue nas fezes ser um indício inicial de que algo não vai bem na saúde, muitas pessoas costumam creditar essa ocorrência a outras causas convencionais, como hemorroidas, e acabam postergando a busca por aconselhamento médico e a realização de exames específicos. Isso faz com que muitas pessoas só descubram o câncer em estágios avançados.

Por isso, a prevenção primária e secundária à doença devem ser amplamente estimuladas. “A primária se refere a mudanças nos hábitos alimentares e de vida, como investir alimentos com mais fibras e laticínios e evitando carnes vermelhas e processadas. Essas mudanças de estilo de vida consistem ainda em combater a obesidade, praticar atividades físicas regularmente e evitar o tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas”, destaca Renata D’Alpino.

Já a prevenção secundária se baseia em exames que avaliam a presença de sangue oculto nas fezes e de imagem, com destaque para a colonoscopia – principal ferramenta para identificar o câncer colorretal. “Esse procedimento é capaz de identificar problemas mais graves e silenciosos, como o caso do câncer, além da doença de Crohn e retocolite ulcerativa. Por isso, é fundamental que informações de qualidade sejam transmitidas à sociedade com o objetivo de conscientizar sobre a importância da colonoscopia e, principalmente, alertar que o exame pode salvar vidas”, complementa a especialista.

Renata D’Alpino reforça que hábitos de vida saudáveis são considerados fatores protetivos que contribuem para a redução de riscos da doença. Por isso, é fundamental investir em uma dieta rica em fibras e prática de exercícios físicos regulares. Esses cuidados podem não só auxiliar na prevenção do câncer colorretal, como no combater o crescimento dos casos de câncer como um todo.

Sobre a Oncoclínicas&Co 

Oncoclínicas&Co é o maior grupo dedicado ao tratamento do câncer na América Latina, com um modelo especializado e inovador focado em toda a jornada do tratamento oncológico, aliando eficiência operacional, atendimento humanizado e especialização por meio de um corpo clínico composto por mais de 2.700 médicos especialistas com ênfase em oncologia. Com a missão de democratizar o tratamento oncológico, oferece um sistema completo que integra clínicas ambulatoriais a cancer centers de alta complexidade. Conta com 142 unidades em 39 cidades brasileiras, permitindo acesso de qualidade em todas as regiões que atua, alinhados aos padrões dos melhores centros de referência mundiais no tratamento do câncer.

Com foco em tecnologia, medicina de precisão e genômica, a Oncoclínicas realizou aproximadamente 635 mil tratamentos em 2023. É parceira exclusiva no Brasil do Dana-Farber Cancer Institute, afiliado à Faculdade de Medicina de Harvard, um dos principais centros de pesquisa e tratamento de câncer no mundo. Possui a Boston Lighthouse Innovation, especializada em bioinformática, em Cambridge, Estados Unidos, e participação na MedSir, dedicada ao desenvolvimento e gestão de ensaios clínicos para pesquisas independentes sobre o câncer, em Barcelona, Espanha. Recentemente, expandiu sua atuação para a Arábia Saudita por meio de uma joint venture com o Grupo Al Faisaliah, levando a missão de vencer o câncer para um novo continente e proporcionando cuidados oncológicos em escala global, ao combinar a hiperespecialização oncológica com abordagens inovadoras de tratamento.

A companhia integra a carteira do IDIVERSA, índice lançado pela B3, destacando empresas comprometidas com diversidade de gênero e raça. Para maiores informações acesse: www.grupooncoclinicas.com

foto: divulgação/reprodução internet

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