Aproveite o início do novo ano para adotar hábitos simples que vão aumentar a fertilidade do casal e garantir que a gravidez ocorra sem complicações

Com a chegada de 2021, colocamos em mente novas meta. E um objetivo visado por muitos casais para o novo ano é o início de uma família. Mas os preparativos para a chegada de um bebê devem ser iniciados muito antes do parto e até mesmo da fecundação. Para garantir maiores chances de gravidez e uma gestação saudável, é preciso que o casal invista em alguns cuidados para melhorar a saúde e a fertilidade. Então, visando auxiliar os casais que desejam iniciar uma família já em 2021, reunimos um time de especialistas para indicar as melhores maneiras de se preparar para uma gestação no próximo ano. Confira:

Consulte um ginecologista obstetra: O primeiro passo para quem deseja engravidar no próximo ano é consultar um médico especializado que poderá realizar uma avaliação aprofundada e solicitar uma série de exames para garantir que o casal está apto para engravidar. “Por exemplo, caso a mulher apresente alterações metabólicas como obesidade e resistência insulínica ou histórico familiar de diabetes, o ginecologista poderá orientá-la quanto aos riscos do desenvolvimento de diabetes gestacional, condição que está se tornando cada vez mais frequente e pode aumentar o risco de complicações durante a gravidez e o parto, bem como aumentar o risco de doenças metabólicas na criança mais tarde”, alerta a ginecologista e obstetra Dra. Eloisa Pinho, da clínica GRU.

Evite a ingestão de bebidas alcóolicas: Outra dica importante para os casais tentantes é reduzir o consumo de álcool, já que, nos homens, a substância pode causar a diminuição dos níveis de testosterona com consequente redução na produção e quantidade de esperma, podendo levar também à disfunção erétil. “Já nas mulheres, os efeitos do álcool sobre a fertilidade são pouco esclarecidos, mas, sabe-se que, além de reduzir as chances de gravidez, a substância pode permanecer por um certo período no organismo após o consumo e causar problemas durante a gestação, como malformação do feto e síndrome de abstinência no recém-nascido”, explica o Dr. Rodrigo da Rosa Filho, ginecologista obstetra especialista em reprodução humana e membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH).

Reduza o consumo de açúcar: Além de favorecer a obesidade, que prejudica a qualidade e a quantidade dos espermas e o processo de ovulação, e favorecer o surgimento de diabetes gestacional, a ingestão de açúcar também reduz as chances de um casal engravidar. “O consumo excessivo de açúcar pode levar a um processo inflamatório com consequente risco de estresse oxidativo, o que pode lesar o DNA de células germinativas, aumentar a frequência de mutações prejudiciais e desequilibrar a expressão de genes que atuam na reprodução, assim comprometendo o processo reprodutivo”, afirma o geneticista Dr. Marcelo Sady, Pós-Doutor em Genética e diretor geral Multigene.

Pare de fumar: O cigarro é um dos principais empecilhos na hora de um casal engravidar, pois os componentes tóxicos presentes no produto, como a nicotina e o alcatrão, pioram severamente a qualidade reprodutiva. “Nas mulheres, o tabagismo é capaz de favorecer a deterioração dos óvulos, envelhecendo-os em até dez anos e acelerando o início da menopausa, o que é especialmente prejudicial hoje em dia, quando as mulheres estão querendo engravidar cada vez mais velhas. Já nos homens o hábito de fumar diminui a quantidade de espermatozoides e fragmenta o DNA do esperma, reduzindo assim a capacidade de fecundação, além de também contribuir para a perda do apetite sexual e a disfunção erétil”, destaca o Dr. Rodrigo da Rosa Filho.

Turbine o sistema imunológico: Para garantir uma gravidez saudável e livre de complicações, é fundamental que a mulher adote cuidados que atuem no fortalecimento do sistema imunológico, responsável por promover a defesa natural do corpo. “Isso porque o sistema imunológico da mulher grávida trabalha de forma menos agressiva para evitar que o organismo reconheça o feto como um corpo estranho e o rejeite, tornando-se assim menos eficiente no combate a agentes patógenos”, diz o Dr Rodrigo. E uma das principais maneiras de fortalecer o sistema imunológico é através da adoção de uma alimentação saudável e balanceada. “A alimentação, possui um papel fundamental na manutenção e fortalecimento do organismo, pois é responsável por fornecer nutrientes essenciais para as funções orgânicas, inclusive as imunológicas”, afirma a Dra. Marcella Garcez, médica nutróloga e professora da Associação Brasileira de Nutrologia. Por isso, quem pensa em engravidar deve apostar no consumo de alimentos ricos em probióticos e nutrientes como o betacaroteno, a Vitamina C, a Vitamina B6, o Selênio, além do consumo de água.

Utilize os aplicativos de fertilidade, mas com cautela: Um grande companheiro das mulheres tentantes são os aplicativos de fertilidade, que auxiliam no acompanhamento do ciclo menstrual, assim mostrando o período em que a ovulação ocorre. “Dessa forma, essas ferramentas ajudam a mulher na identificação do seu período fértil, o que pode aumentar as chances de uma gravidez. No entanto, vale ressaltar que essas ferramentas não possuem evidências científicas, devendo então serem utilizadas apenas como um complemento do acompanhamento ginecológico e não para substituí-lo, principalmente porque essas ferramentas podem atrasar o tratamento de alguma patologia que esteja interferindo na fertilidade do casal”, alerta a Dra Eloisa.

Controle o estresse: Aposte em hábitos que atuem no gerenciamento e diminuição do estresse, como ler e meditar, pois altos níveis de estresse podem reduzir as chances de gravidez. “Isso porque o estresse causa processos fisiológicos que podem interferir na produção de hormônios reprodutivos importantes, além de, no homem, favorecer o surgimento de proteínas inflamatórias que prejudicam a qualidade do esperma”, completa o Dr Rodrigo.

Por fim, caso você já esteja tentando engravidar há muito tempo, o melhor é consultar um médico, que poderá realizar uma avaliação para dizer se existe alguma patologia que esteja impedindo a gravidez. “A partir do diagnóstico correto, o ginecologista será capaz de recomendar o tratamento mais adequado para a condição ou então indicar procedimentos de reprodução assistida, como a fertilização in vitro ou a inseminação artificial”, finaliza a Dra Eloisa Pinho.

FONTES:

*DRA. ELOISA PINHO: Ginecologista e obstetra, pós-graduada em ultrassonografia ginecológica e obstétrica pela CETRUS. Parte do corpo clínico da clínica GRU Saúde, a médica é formada pela Universidade de Ribeirão Preto, realiza atendimentos ambulatoriais e procedimentos nos hospitais Cruz Azul e São Cristovão, além de também fazer parte do corpo clínico dos hospitais São Luiz, Pró Matre, Santa Joana e Santa Maria.

*DRA. MARCELLA GARCEZ: Médica Nutróloga, Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e Docente do Curso Nacional de Nutrologia da ABRAN. A médica é Membro da Câmara Técnica de Nutrologia do CRMPR, Coordenadora da Liga Acadêmica de Nutrologia do Paraná e Pesquisadora em Suplementos Alimentares no Serviço de Nutrologia do Hospital do Servidor Público de São Paulo.

*DR. MARCELO SADY – Pós-doutor em genética com foco em genética toxicológica e humana pela UNESP- Botucatu, o Dr. Marcelo Sady possui mais de 20 anos de experiência na área. Speaker, diretor Geral e Consultor Científico da Multigene, empresa especializada em análise genética e exames de genotipagem, o especialista é professor, orientador e palestrante. Autor de diversos artigos e trabalhos científicos publicados em periódicos especializados, o Dr. Marcelo Sady fez parte do Grupo de Pesquisa Toxigenômica e Nutrigenômica da FMB – Botucatu, além de coordenar e ministrar 19 cursos da Multigene nas áreas de genética toxicológica, genômica, biologia molecular, farmacogenômica e nutrigenômica.

*DR. RODRIGO DA ROSA FILHO: Ginecologista obstetra especialista em Reprodução Humana, membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), o médico é graduado pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Especialista em reprodução humana, o médico é colaborador do livro “Atlas de Reprodução Humana” da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana e sócio-fundador e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo.

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