Pesquisa anual aponta que, apesar de alto investimento dos clientes, experiência digital ainda é desafio para marcas de luxo
A nona edição do estudo True Luxury Global Consumer Insight 2023, realizado pelo Boston Consulting Group (BCG) em parceria com a Fundação Altagamma, mostra que os consumidores de itens de luxo com alto valor agregado esperam aumentar seus gastos em 40% no próximo ano. Apesar das incertezas geopolíticas e seus impactos na economia, o material aponta uma tendência de crescimento e otimismo pós-pandemia, impulsionado principalmente pela China, país que está 50% acima da média global em número de consumidores de alto padrão que pretendem aumentar os investimentos em produtos ou experiências luxuosas.
A pesquisa, realizada com mais de 12 mil consumidores de artigos luxo em 12 países, revela que, apesar de ânimo dos clientes, 34% dos brasileiros acreditam que haverá uma recessão econômica no país, e 65% disseram que a alta inflação terá uma longa duração. Além destes, o BCG ainda identificou outro fator desafiador na indústria: a digitalização. Segundo a consultoria, menos de 50% dos consumidores estão satisfeitos com suas experiências digitais em geral.
Outra descoberta do material foi em relação às gerações de consumidores. Segundo o BCG, millenials e jovens da geração Z representaram um valor de mais de €200 bi, o dobro do valor de 2016 e, até 2026, esse público representará 75% do mercado. Por isso, é importante considerar uma estratégia bifocal de curto e médio prazo, aproveitando oportunidades com soluções personalizadas e, mais adiante, fidelizando essas pessoas. Canais digitais podem ser a melhor forma para alcançar essas gerações, o que pode ser interessante para algumas marcas.
O BCG também analisou a aderência da inteligência artificial generativa no setor de luxo. De acordo com a pesquisa, a ferramenta está sendo priorizada por muitos executivos, já que oferece oportunidades únicas na indústria, impactando principalmente áreas de marketing, personalização e experiência do cliente. Além disso, a tecnologia pode estender o tratamento “VIC” (sigla para Very Important Consumer, ou Consumidor Muito Importante) a outros possíveis clientes de luxo, que representam 350 milhões de pessoas.
No Brasil, se destacam o metaverso e Web3, com a virtualização de tendências de moda e identidade. Segundo o BCG, espera-se que as plataformas ganhem força devido ao maior apetite dos consumidores por experiências online – o mesmo movimento é visto no Oriente Médio e na Índia, por exemplo, com jovens entusiastas de tecnologia e usuários que buscam escapar de uma realidade negativa com uma imersão no universo virtual.
O material completo está disponível, em inglês, no site do BCG.
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